quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

desastre ecologico - MG

Uma semana depois de celebrar o dia mundial da água, o Brasil perpetrou um marco na história ambiental. Uma mancha tóxica resultante do processo químico de branqueamento do papel se alastrou por quase 100 quilômetros de rios, deixando mais de 600 mil pessoas sem água e um cenário desolador. Foi um dos mais graves desastres ecológicos do País. O acidente começou na madrugada do sábado 29, quando 1,2 bilhão de litros de resíduos tóxicos vazaram do reservatório da fábrica Cataguazes Indústria de Papel, no município mineiro de Cataguases. O veneno de coloração negra cobriu o ribeirão Cágado, impregnou o rio Pomba e se estendeu pelo rio Paraíba do Sul, que abastece os Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
Embora tenha ocorrido em solo mineiro, a catástrofe ambiental assombrou mesmo o Estado do Rio. A espuma química afetou o abastecimento de pelo menos sete municípios e já atingiu o litoral fluminense. A cidade mais afetada foi Campos, a maior do norte do Estado, com quase meio milhão de habitantes. O impacto da espuma tóxica diminui à medida que segue para São João da Barra, em direçãoao mar. Na trajetória, flora e fauna foram totalmente destruídas.Apesar dos avisos para que a população não se alimentasse dospeixes que se debatem nas águas turvas, em busca de oxigênio, os moradores de pequenos distritos, como Portela, em Itacoara, não atenderam ao pedido. “Houve quem pegasse para comer os peixesque se contorciam nas margens do Paraíba do Sul. Diziam que águalimpa e limão seriam suficientes para descontaminar”, explicou, petrificado, o biólogo Guilherme Souza.

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